A patente “Formulações para Aplicação Tópica de Hidrolisado Oriundo de Pele de Tilápia” (BR 1020240105109), desenvolvida em colaboração entre UEPG, UFPR e UEM, foi selecionada como um dos dez projetos contemplados pelo Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (PRIME) 2025.

Essa conquista é resultado do trabalho colaborativo entre os professores Valquíria Moraes, Eduardo Meurer, Simão Nicolau e a aluna Beatriz Rocha, na época graduanda do curso de Engenharia de Alimentos (UFPR – Jandaia do Sul). Em 2019, Beatriz foi aluna de iniciação científica no LabFenn, e propôs a hidrólise da pele de tilápia, ideia acolhida e apoiada pelos professores.
“O projeto teve origem a partir de uma pesquisa exploratória em artigos científicos, realizado durante a busca por um tema para minha iniciação científica. Foi onde encontrei um artigo sobre a utilização da pele de tilápia no tratamento de queimaduras, o que despertou a minha curiosidade. Como no LabFenn já havia outros trabalhos com hidrólise, tive o insight em produzir um hidrolisado a partir da pele de tilápia. Então busquei por mais artigos científicos para entender melhor o tema, descobrir seus benefícios e nichos de aplicações. Com essas referências, iniciei os primeiros testes e análises, que logo mostraram resultados promissores. Com o incentivo e apoio dos professores, que reconheceram potencial da proposta, o projeto foi ganhando força e se expandindo com a colaboração de outros estudantes”, explana a aluna Beatriz Rocha.
O projeto evoluiu: em 2021, tornou-se o trabalho de mestrado do médico-veterinário Rodrigo Tozetto (UEPG), sob orientação do professor Flávio Beltrame, e em 2023 passou a integrar seu doutorado, orientado pela professora Priscileila Ferrari e coorientado pelo professor Flávio. Parte da pesquisa também compôs o doutorado em Química de Evelin Oliveira (UEM), sob orientação dos professores Eduardo Meurer (UFPR) e Wilker Caetano (UEM).
O desenvolvimento das formulações farmacêuticas com os peptideos da pele de tilápia gerou um convênio entre a UEPG e o Centro de Referência de Animais em Risco (CRAR), da Prefeitura de Ponta Grossa, que cuida de animais abandonados da cidade. Com os resultados promissores, o professor Flávio aceitou o desafio de aproximar a pesquisa do empreendedorismo, por meio do PRIME, buscando parcerias com empresas do Paraná para transformar ciência em produtos.


Vale lembrar que, em 2024, a equipe já havia conquistado o apoio da UFPR, por meio do edital de aceleração de TRL de patentes da universidade. A patente “Processo e Aplicação do Hidrolisado Oriundo de Pele de Tilápia” (BR 1020240042859), originada do projeto de iniciação científica de Beatriz, recebeu R$ 50 mil para o escalonamento da produção do hidrolisado.
Hoje, o projeto é um dos vencedores que receberam R$ 200 mil em investimentos da SETI, destinados ao desenvolvimento de produtos veterinários inovadores à base de peptídeos da pele de tilápia. Com esse recurso, será possível avançar para a produção piloto de formulações farmacêuticas.
Na noite do dia 30 de setembro, em Guarapuava, ocorreu a cerimônia de entrega do Prêmio PRIME 2025. Estiveram presentes representando a UFPR os professores Valquíria de Moraes Silva Ribeiro e Eduardo César Meurer. A aluna Évelin Lemos de Oliveira marcou presença representando a UEM, ao lado dos professores Flávio Luís Beltrame e Priscileila Colerato Ferrari, e do médico-veterinário Rodrigo Tozetto, representando a UEPG.


Sem a parceria e a dedicação das universidades paranaenses, este resultado não seria possível. Esta conquista é mais um passo para transformar a pesquisa científica do Paraná em inovação de impacto!