A varÃola do macaco é uma zoonose (doença transmitida de animais para o ser humano) causada por um vÃrus. O quadro clÃnico se assemelha bastante ao da varÃola, doença erradicada em 1980, todavia costuma ser mais brando. Apesar da nomenclatura “do macacoâ€, pode ser transmitida por uma variedade de primatas e de roedores. É presente principalmente na Ãfrica, próximo a florestas tropicais, mas nos últimos tempos vem surgindo também em áreas urbanas.
História
O primeiro caso de varÃola do macaco em seres humanos foi identificado na República Democrática do Congo, em 1970. A partir desta data, o vÃrus espalhou-se por vários paÃses africanos. O primeiro caso fora da Ãfrica foi encontrado nos EUA, em 2003, associado a um roedor chamado cão-da-pradaria. Atualmente, em maio de 2022, múltiplos casos foram identificados em paÃses não endêmicos, daà a preocupação crescente a nÃvel mundial.
Transmissão
O vÃrus é transmitido por meio do contato com fluidos corporais, sangue, pele e lesões de animais contaminados. Possivelmente a ingestão de carne mal cozida também seja um fator de risco.
A transmissão pessoa a pessoa é possÃvel por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele ou de objetos contaminados. A transmissão de mãe para filho durante a gestação também é viável.
Quadro ClÃnico
A infecção é marcada por dois perÃodos:
– Nos primeiros 5 dias, ocorre fraqueza, febre, dor de cabeça, linfonodomegalias (“Ãnguasâ€), dores nas costas, dores musculares.
– Dentro de 1 a 3 dias do inÃcio da febre, surgem as lesões de pele, localizadas principalmente em rosto (incluindo mucosa oral) e membros. As lesões evoluem de manchas, para bolhas e pústulas (bolhas com pus), para posteriormente secarem e formarem uma “casquinhaâ€. A quantidade de lesões pode ser pouca ou intensa, a depender do caso.
A varÃola do macaco normalmente é uma doença autolimitada, com sintomas durando de 2 a 4 semanas. Casos mais graves são mais comuns em crianças e em pessoas com sistema imune deficiente.
Complicações
A varÃola do macaco pode complicar com pneumonia, infecções secundárias, sepse (infecção generalizada), encefalite (infecção no encéfalo) e até mesmo infecção na córnea, podendo causar perdas visuais.
A taxa de fatalidade dessa doença nos tempos atuais encontra-se em torno de 3 a 6%.
Diagnóstico
O melhor teste diagnóstico no momento é o PCR das amostras de lesão de pele. Exames de sangue normalmente resultam inconclusivos porque o vÃrus permanece pouco tempo na corrente sanguÃnea. Testes de anticorpo também não confirmam o diagnóstico pois podem resultar positivo em caso de outros vÃrus que não o da varÃola do macaco.
Vacina
A antiga vacina da varÃola protegia também contra a varÃola do macaco. Porém, devido à erradicação da doença nos anos 1980, a vacinação parou de ser ofertada e, hoje em dia, indivÃduos com menos de 40-50 anos encontram-se suscetÃveis.
Em 2019 foi aprovada uma vacina para combate à varÃola do macaco, porém sua disponibilidade até o momento é limitada. Alguns paÃses estão estudando polÃticas de oferta da vacina para pessoas em alto risco de infecção, como profissionais de laboratório e de saúde.
Tratamento
Baseia-se no controle dos sintomas e na prevenção das complicações. Um agente antiviral chamado tecovirimat foi aprovado em 2022 pela Associação Médica Europeia, mas ainda não se encontra amplamente distribuÃdo.
Autoria: Tayná
Maio/2022
Fonte:
<https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/monkeypox>
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